O fluido hidráulico, assim como o sangue no corpo humano, é integrante importante para o movimento dos atuadores. Sem ele, bombas (coração), válvulas (órgãos), e cilindros (músculos) não funcionam. Além de transmitir energia, ele é responsável por lubrificar superfícies, reduzir desgaste dos componentes hidráulicos, proteger contra corrosão, dissipar calor e vedar internamente componentes.
Um sistema pode ser projetado com a melhor bomba ou a válvula mais sofisticada, mas se o fluido hidráulico não for adequado, a performance será comprometida. Em um sistema hidráulico leva- se em conta para sua escolha vários fatores:
- Viscosidade do fluido
- Temperatura ambiente de trabalho (calor ou neve)
- Compatibilidade química
- Ambiente suscetível à risco de incêndio (óleo anti-chama)
- Ambiente suscetível a corrosão (óleos especiais)
- Tipo de trabalho que o sistema vai operar (mais preciso ou mais agressivo)
- Tipo de componente aplicado no sistema hidráulico (unidade hidráulica)
- Pressão de trabalho
- Regime de trabalho (vida útil do óleo)
As funções do fluido hidráulico
- Transmissão de potência: converte a energia mecânica da bomba em movimento de cilindros e motores.
- Lubrificação: reduz o atrito entre componentes do sistema.
- Proteção contra corrosão: forma uma película que protege superfícies metálicas.
- Troca térmica: dissipa o calor gerado pelo atrito interno.
- Vedação interna: ajuda a manter a estanqueidade entre os componentes hidráulicos.
- Amortecimento de choques: reduz impactos e vibrações em válvulas e atuadores.
👉 A escolha correta do fluido impacta diretamente a eficiência das bombas, válvulas, cilindros e motores hidráulicos.
Tipos de fluido hidráulico
1. Óleos minerais
- Baseados em derivados de petróleo
- Os mais usados em sistemas industriais
- Compatíveis com grande variedade de componentes
- Boa relação custo-benefício
2. Fluidos sintéticos
- Produzidos com composições químicas avançadas
- Resistência superior à oxidação e altas temperaturas
- Maior durabilidade, mas custo mais elevado
- Usados em ambientes críticos (siderurgia, metalurgia, mineração, máquinas CNC e de plásticos)
3. Fluidos biodegradáveis
- Desenvolvidos para reduzir impacto ambiental
- Derivados de ésteres vegetais ou sintéticos biodegradáveis
- Aplicados em máquinas agrícolas e equipamentos próximos a áreas de preservação
- Atendem normas de sustentabilidade em países da Europa e América do Norte
4. Fluidos a base d’água
- Compostos por mistura de água, glicóis e aditivos anticorrosivos.
- Incluem emulsões e soluções com alto teor de água.
- Alta resistência ao fogo, ideais para ambientes com risco de ignição.
Critérios técnicos para escolher o fluido hidráulico
A seleção do fluido certo influencia diretamente a eficiência, segurança e durabilidade do sistema hidráulico.
Viscosidade do fluido
- Viscosidade baixa reduz a lubrificação e aumenta a temperatura devido aos vazamentos causados por folgas em função do desgaste dos componentes.
- Viscosidade alta gera esforço excessivo na bomba e, consequentemente, mais gasto de energia elétrica.
- A norma ISO VG (Viscosity Grade) classifica os óleos em graus como 32, 46 e 68, os mais comuns em aplicações industriais.
Temperatura ambiente de trabalho
- Ambientes quentes exigem fluidos com alta estabilidade térmica e mais densos.
- Em regiões frias ou com neve, são indicados fluidos mais leves, que mantêm boa fluidez mesmo em baixas temperaturas.
Compatibilidade química
- É essencial garantir que o fluido não ataque vedações, mangueiras e conexões.
- A incompatibilidade pode gerar vazamentos, perda de pressão, contaminação do sistema e ambiental.
Ambiente suscetível a risco de incêndio
- Em locais com alta temperatura ou presença de chamas, é indispensável o uso de fluidos anti-chama, como água-glicóis ou ésteres fosfatados.
Ambiente suscetível à corrosão
- Sistemas expostos à umidade, maresia ou produtos químicos exigem óleos especiais com aditivos anticorrosivos e excelente estabilidade química.
Tipo de trabalho do sistema
- Sistemas que exigem precisão, como máquinas CNC, pedem fluidos com classificação de limpeza rigorosa.
- Aplicações mais agressivas, como prensas e siderurgia, requerem fluidos de alta resistência térmica e mecânica.
Tipo de componente aplicado (unidade hidráulica)
- Cada componente (bombas, válvulas, atuadores) possui requisitos específicos de viscosidade e compatibilidade.
- Seguir a recomendação do fabricante é essencial para evitar falhas prematuras.
Pressão de trabalho
- Sistemas de alta pressão demandam fluidos com maior resistência à compressão e ao cisalhamento.
- Fluidos inadequados podem causar perda de desempenho por vazamentos nas válvulas, resultando em superaquecimento e falhas no funcionamento do equipamento.
Regime de trabalho (vida útil do óleo)
- Operações contínuas e de alta carga reduzem a vida útil do fluido.
- Monitorar a oxidação, contaminação e perda de aditivos ajuda a definir intervalos corretos de troca e manutenção preventiva.
👉 Essas características aumentam a vida útil de bombas de engrenagens, palhetas ou pistões, válvulas direcionais, de pressão, vazão e proporcionais, cilindros e motores hidráulicos e blocos manifold.
Impacto do fluido na vida útil de bombas e válvulas
- Bombas de engrenagem: toleram pequenas variações, mas exigem óleo limpo.
- Bombas de palhetas: sensíveis a mudanças de viscosidade, precisam de fluido estável.
- Bombas de pistões: alta eficiência, mas extremamente vulneráveis à contaminação.
- Válvulas direcionais: sujeitas a travamentos se o fluido contiver partículas sólidas.
Segundo estudos do setor, 80% das falhas em sistemas hidráulicos estão relacionadas a problemas no fluido (contaminação, viscosidade incorreta, oxidação).
Normas e recomendações de fabricantes
- ISO 4406: define níveis de contaminação de partículas no fluido.
- DIN 51524: classifica óleos hidráulicos por desempenho.
- Fabricantes como Yuken Hydraulics, Dexco Hydraulics, Bosch Rexroth, Hawe Hydraulik, Parker e Bucher recomendam óleos minerais ISO VG 32 a 68, reforçam a importância da filtragem de alta eficiência e sugerem análise periódica do óleo em aplicações críticas.
👉 Para sistemas de alta confiabilidade, conte com unidades hidráulicas sob medida da Hidracomp, já projetadas com o fluido adequado.
Boas práticas para manutenção do fluido hidráulico
- Inspeção visual diária: observar cor e presença de espuma.
- Troca regular de filtros: evita contaminações por partículas sólidas.
- Análises laboratoriais periódicas: monitora viscosidade, nível de partículas e compostos químicos.
- Armazenamento correto: manter tambores fechados e longe da umidade.
- Reabastecimento limpo: sempre utilizar funis e bombas de transferência com filtro.
- Treinamento da equipe: operadores devem identificar sinais de degradação.
Fluido hidráulico como investimento estratégico
Mais do que um insumo, o fluido hidráulico é parte estratégica do sistema. Ele garante que bombas, válvulas e atuadores trabalhem com máxima eficiência, reduzindo custos de manutenção e aumentando a confiabilidade da produção.
Com mais de 38 anos de experiência, a Hidracomp orienta clientes na seleção e manutenção do fluido adequado, além de oferecer suporte completo em bombas, válvulas, unidades hidráulicas e componentes no geral.
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